Tatiana Weston-Webb faz sua estreia pelo Brasil: "Empolgada"
Flávio Dilascio
Depois de mudar de nacionalidade, surfista de 22 anos revela ansiedade para a primeira competição em sua nova casa: "A torcida brasileira joga ao nosso favor", disse a atleta.
Filha de uma brasileira com um ingês, Tatiana Weston-Webb deixou o Brasil com duas semanas de vida para viver no Havaí. Os laços com as suas origens, no entanto, seguiram fortes e cada vez mais presentes na vida da surfista de 22 anos. Depois de trocar a bandeira havaiana pela brasileira, Tatiana se prepara para a estreia pela terra natal. O palco é a Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ), na quarta etapa do Circuito Mundial. O evento começa nesta sexta, com a primeira chamada às 7h.
- A expectativa para a minha estreia como atleta brasileira é grande. Minha primeira competição como brasileira justamente no Brasil, diante da torcida. Estou muito animada com essa nova fase e empolgada para a competição em Saquarema - disse Tatiana.
Já fluente no português, Tatiana tem contado com dois "professores particulares" nascidos no Brasil: a mãe Tanira Guimarães e o namorado, o também surfista Jessé Mendes. Apelidada de "Havaiana-Gaúcha", ela explicou a opção de mudar de nacionalidade nas competições.
- Eu queria trocar a minha nacionalidade para o Brasil, porque eu sabia o apoio que o país daria ao surfe feminino rumo à Olimpíada. Antes eu só focava no meu surfe, porque a Olimpíada ainda não estava na mesa. Então quando eu realmente descobri isso, eu sabia que eu ia talvez mudar de país. Vai ser uma coisa muito legal representar o Brasil. Minha mãe já representou e eu estou mais brasileira do que americana - disse a atleta.
Com 13,935 pontos, Tatiana Weston-Webb ocupa atualmente a quarta colocação no ranking do Circuito Mundial Feminino. Vindo de um vice-campeonato em Margaret River e um quinto lugar em Bells Beach, ela despista sobre as possibilidades de título mundial nesta temporada.
- Eu acho cedo ainda para dizer alguma coisa sobre título. Sei que pretendo dar o meu melhor a cada etapa para poder chegar em Pipeline dizendo que estou na briga. Por enquanto estamos perto da metade dessa caminhada e tem muita onda pra rolar ainda - comentou.
Acostumada a competir no Brasil mesmo morando no Havaí, Tatiana não vê a hora de se encontrar com a torcida brasileira.
- É incrível ver a torcida brasileira nas etapas. Ela é barulhenta e divertida, e isso certamente faz diferença em uma competição. Eles jogam ao nosso favor. Acho que os brasileiros vão se acostumar rápido a me verem como atleta do país. Espero poder corresponder à altura, pois sei que a torcida e a pressão são duas grandes características dos fãs brasileiros. Mas uma coisa é certa: sei que terei o apoio de todos.
Baterias da 1ª fase feminina:
1. Sally Fitzgibbons (AUS) x Nikki Van Dijk (AUS) x Coco Ho (HAV)
2. Tyler Wright (AUS) x Caroline Marks (EUA) x Bronte Macaulay (AUS)
3. Stephanie Gilmore (AUS) x Malia Manuel (HAV) x a definir
4. Lakey Peterson (EUA) x Sage Erickson (EUA) x Pauline Ado (FRA)
5. Carissa Moore (HAV) x Silvana Lima (BRA) x Paige Hareb (HAV)
6. Tatiana Weston-Webb (BRA) x Johanne Defay (FRA) x Keely Andrew (AUS)
