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Perth - Austrália Ocidental - Austrália

Quilhas Anti-Tubarão

Stu Nettle - Swellnet.com

Nova invenção da Shark Shield promete segurança para o surfista

No primeiro fim de semana de fevereiro manifestantes se reuniram, na maioria das capitais da Austrália, para se opor à nova política de abate de tubarões da Austrália Ocidental. A política é uma resposta a um número alarmante de ataques de tubarão no estado ao longo dos últimos três anos, a maioria dos quais foram a surfistas.

Lindsay Lyon é um inventor e empresário baseado na Austrália Ocidental, e ele está atualmente desenvolvendo um produto que, se bem sucedido, irá afastar os tubarões, proteger os surfistas, e negar a necessidade de qualquer outro protesto público.

Dezoito meses atrás Lyon e sua parceira de negócios, Amanda Wilson, compraram a Shark Shield, uma empresa com sede em Perth. O nome é auto- descritivo, os produtos da Shark Shield servem para proteger os usuários oceano, como surfistas, mergulhadores, caçadores submarinos, etc, de ataques de tubarão. Todos os seus produtos funcionam usando uma tecnologia similar: dois eletrodos energizados são embutidos em produtos e, quando imersos na água, os eletrodos formam um campo eletromagnético. Os tubarões não podem nadar no campo eletromagnético, porque isto perturba as suas ampolas de Lorenzini, dando-lhes náuseas.

Quando Lyon comprou a Shark Shield, eles tinham um produto no mercado para os surfistas, entretanto, este não tinha qualquer força no mercado do surf. "Os surfistas têm problemas reais para usarem ele", diz Lyon. "E não há sentido em ter um produto de segurança, se ninguém o usa."

Agora a Shark Shield tem um segundo produto em mente, o qual Lyon deposita muita fé. "É por isso que comprou a empresa", diz ele por meio de testamento. O novo produto da Shark Shield, que é ainda deve ganhar um nome, ainda usa eletrodos para criar um campo eletromagnético, porém o sistema transforma parte da prancha - mais especificamente as duas quilhas frontais - em eletrodos. O campo eletromagnético resultante se estenderá de 1,5 a 2 metros por baixo e ao redor da prancha.

Lyon diz que o novo sistema terá efeito insignificante no desempenho de uma prancha de surf (irá pesar entre 100 a 150 gramas), irá funcionar enquanto as quilhas estão na água, e, ele me garante, é relativamente fácil de se adaptar, mesmo para uma prancha antiga. "É uma virada de jogo", analisa o confiante Lyon.

A Shark Shield está sendo incentivada na pesquisa e no desenvolvimento com uma doação de dois anos oferecida pelo governo estadual para mitigar o risco de ataques de tubarão. Um total de AU$ 1 milhão foi oferecido para as comunidades de pesquisa e negócios, sendo que a Shark Shield recebeu AU$ 300.000. O dinheiro restante foi dividido entre os outros três vencedores.

Quando se chega ao mercado as quilhas anti-tubarão virá em um pacote que contém quatro partes: dois plugues estilo FCS , um conjunto de quilhas; um carregador e um deck de prancha. O campo eletromagnético é alimentado pelo carregador, que fica no kicker do deck. Fios que passam através do deck, e em seguida, se projetam para fora da parte inferior, bem de onde os plugues ficam. Os plugues são assentados como de costume, porém um pequeno orifício é perfurado em cada um. Os fios sem conectam aos plugs, que por sua vez se conectam com as quilhas, que estabelecem o campo eletromagnético.

A ciência por trás das quilhas pode soar bem, mas isso não é garantia de sucesso. "Vai ser um desafio de marketing", admite Lyon. Ele foi falar com a 3D Fins - cujas quilhas aliás funcionam como ótimos eletrodos, porque as covinhas aumentam a área de superfície - mas fez pouco progresso com a comunidade de negócios de surf. "Eles não estão muito interessados ​​em ser associados a ataques de tubarão", é o raciocínio de Lyon. "Embora a indústria de mergulho já foi assim também, e as atitudes mudaram. Agora você pode facilmente comprar produtos anti-tubarão em lojas de mergulho."

É essa mudança de atitude, talvez motivada pelo debate atual acontecendo ao redor da Austrália, que Lyon está apostando. No entanto, ele ainda tem trabalho a fazer na luta para conquistar os corações e as mentes dos surfistas. Brett Hardy é um surfista de Margaret River e tem sido uma voz no debate anti-tubarão da Austrália Ocidental. Embora ele viva na região onde muitos dos ataques ocorreram, Hardy ainda tem as suas preocupações. "Tal como acontece com a maioria dos dispositivos anti-tubarão, eu não colocaria nenhuma fé nele, até que ele seja devidamente pesquisado e testado.", diz Hardy. A outra preocupação é o desempenho, e nisso Hardy é contundente." Se isso vai diminuir o desempenho de qualquer forma eu não iria usá-lo". Apesar de seus receios, Hardy diz que soa como uma boa idéia.

Lyon pode convencer sobre a ciência do Shark Shield, e que o desempenho das quilhas seja igual aos equipamentos existentes, mas a batalha será convencer os surfistas de que o dispositivo funciona e vale a pena ser comprado. Um desafio de marketing, de fato.

Reportagem original traduzida do site Swellnet.com

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